sexta-feira, 11 de março de 2011
AS ÁGUAS NEGRAS DA MORTE
Era noite de natal.
Neste último natal. A Edilene tomou o barco no Paraná da Eva, em Itacoatiara, a 270 km de Manaus, com seus dois filhos, Heloisa de 4 anos e Kevin, de sete. Era noite escura de natal, neste último natal. No meio da viagem, durante a travessia do rio, o barqueiro, um jovem de 16 anos, resolve matar Edilene, jogando-a na água, para apropriar-se de sua bolsa, onde havia R$ 90,00. Empurrou-a na água. Na luta que se seguiu, a bolsa também caiu. Perdeu-se. O barqueiro volta para Itacoatiara. Como as crianças gritam e choram, ele as jogou no rio. «'Eu os joguei no rio porque eles estavam gritando muito chamando pela mãe e isso me deixou irritado». Entretanto, Edilene, a mãe, conseguiu salvar-se a nado. Deu com um banco de areia, e foi achada naquela mesma noite por outros dois meninos que brincavam. Eram outros dois meninos, mas não eram os seus. Os seus desapareceram. Era noite de natal. Sim, era.
(A notícia está nos jornais de Manaus, hoje).
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